Maria Bethânia

Maria Bethânia é a reunião dos quatro elementos. Tem o veneno e o antídoto da vida.
Canta o que vale a pena recordar.
É exatamente o que é. O que faz sentido: amor.
Ela vive, suporta e se prepara. Escrever sobre ela exige punho firme, voz ativa, olhos sinceros. Caminhar em seus entremeios é encantar-se pela sua resistência em função do que sempre quis cumprir. E sabia que tinha que cumprir.
Ela foi predestinada ao palco, à magia. Não havia outra solução. Chegar até Bethânia por obra do destino é descobrir nossa própria alma guerreira. E sentir alívio ao ver o fogo, fulgir e fundir-se, coabitar com ele.
Para banhar-se na luz dos raios desta filha de Yansã basta apenas não fugir da febre.
Cuidem dela. Porque de seu peito brotam os sons que as pessoas cantarão para ver renascer a vida.
É exatamente o que é. O que faz sentido: amor.
Ela vive, suporta e se prepara. Escrever sobre ela exige punho firme, voz ativa, olhos sinceros. Caminhar em seus entremeios é encantar-se pela sua resistência em função do que sempre quis cumprir. E sabia que tinha que cumprir.
Ela foi predestinada ao palco, à magia. Não havia outra solução. Chegar até Bethânia por obra do destino é descobrir nossa própria alma guerreira. E sentir alívio ao ver o fogo, fulgir e fundir-se, coabitar com ele.
Para banhar-se na luz dos raios desta filha de Yansã basta apenas não fugir da febre.
Cuidem dela. Porque de seu peito brotam os sons que as pessoas cantarão para ver renascer a vida.
Gal Costa

Ninguém poderia imaginar que a acústica de uma panela pudesse educar impecavelmente a voz de uma menina. Nem mesmo Vinícius de Moraes, que achava que a voz doce dessa menina tinha se transformado em gritaria nos anos 70 imaginaria, então, que ela se tornaria uma das maiores e melhores cantoras da MPB, como previra Caetano Veloso e João Gilberto.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1949 em Salvador, BA, e encantou o país com contornos visuais e vocais, tendo sempre o cuidado de nos presentear suavemente com a delicadeza de sua voz com seu violão, ou ao lado do piano de Tom Jobim. Ou ainda sem contar com a interpretação única de Caymmi.
Esse dom chamado "Voz", encontrado na infância dentro de uma panela, encanta um sem número de compositores da MPB - que têm suas músicas enriquecidas, como se tivessem composto em parceria com Gal.
Gal representa soberanamente o que o mundo que compreende a "Magia da MPB"...

Elis Regina

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, RS.
Foi, sem dúvida, a maior cantora brasileira de todos os tempos. Com técnica e garra, lançou alguns dos principais compositores brasileiros, como João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes - só não lançou Chico Buarque porque resolveu pensar sobre o assunto - Nara Leão foi mais rápida.
A "pimentinha", como era chamada, tinha - como João Gilberto - a perfeição como meta. Exigia muito de seus músicos e compositores, exigia de sua gravadora, exigia de sua voz. Ganhávamos nós, o público. Não foi sempre assim - quando veio do Rio Grande do Sul tentou carreira no Rio de Janeiro - não foi pra frente. Seus primeiros discos são repletos das exigências da mídia, Elis teve que cantar o que vendia na época.
Transferindo-se para São Paulo, encontrou a cidade de braços abertos. Foi lá que Elis chegou à perfeição, e foi que se transformou numa tradição, tal qual sua amiga Rita Lee. Elis virou São Paulo, que a acolheu e a recolheu, quando se foi aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982.
Foi a primeira pessoa que inscreveu sua voz como instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil. E era. A voz de Elis soava como instrumento afinado, não perdendo, nem por um minuto, o carisma e a emoção em cada canção.
Envolveu-se com tudo de forma radical - com a música, com a política, com a vida.
Maldita para muitos, Elis tinha sempre a frase certeira, a mente afiada, propósitos firmes: "Cara feia pra mim é bode... Sou mais ardida que pimenta!".