"Já vestindo a pele do artista
O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta"

(Chico Buarque de Hollanda)


Música do dia

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O protesto da música brasileira







O grande diferencial da MPB para os outros ritmos musicais é o fato de que o nossa música popular brasileira nunca fechou os olhos para os problemas que o país e o mundo enfrentavam, muito pelo contrário,os seus intérpretes foram/são conscientes e antenados para tudo o que acontece em volta e é claro que isso pode ser percebido nas grandes situações de crise política.E a maior crise política da nossa nação,foi,sem dúvida,a Ditadura Militar pela qual o Brasil passou entre os anos de 1964-1985.
Foram 21 anos de forte repressão e censura, ou seja, as pessoas não podiam expressar publicamente sua opinião contrária ao regime, mas como já dissemos: não faz, nem um pouco, o tipo da MPB obedecer regras injustas.E eles falavam,cantavam as suas idéias, compunham músicas cheias de conteúdo e de letras impecáveis como “Apesar de você” (Chico Buarque),”Cartomante” (Ivan Lins) ou  “O bêbado e o equilibrista” (João Bosco e Aldir Blanc).Essas continham o protesto sem nenhum disfarce,porém existiam também as músicas mascaradas,aquelas que diziam algo até inocente e ,na verdade,significavam forte protesto.Um  dos melhores exemplos é “Cálice” ( Chico Buarque).
Os nossos grandes compositores pagavam caro pela ousadia de falar, de ir de encontro com o governo imposto pelos militares que estavam no poder. Muitos sentiram na pele o logotipo criado e propagado no período: ”Brasil, ame-o ou deixe-o” e foram exilados por causa de suas “músicas-protesto”, estamos falando de Caetano Veloso, Chico Buarque e outros. Graças a genialidade de criticar a ditadura nas entrelinhas das músicas, muitos sucessos foram liberados pela censura que não percebia, nesses casos, o caráter de protesto das composições.