"Já vestindo a pele do artista
O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta"

(Chico Buarque de Hollanda)


Música do dia

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E a SINTONIA espanta os males!

         Dia 28 de setembro, às 18 horas, primeira reunião oficial da VI Gincana Cultural do Colégio Dimensão. “Vamos sortear os temas...” “... e os temas do 2º ano são: MPB e Bossa Nova.” A equipe se desespera. O seu tema aparentemente mais difícil ficou com a gente de novo. O que fazer agora? São milhares de cantores e milhares de músicas. Quais escolher? E se a gente não conseguir atingir as expectativas dos jurados, dos nossos avós, tios, dos conhecedores dos temas? E se aquela música não for MPB? E se Seu Jorge tiver cantando outro ritmo? Será que a gente vai dar conta desses ritmos tipicamente a cara do nosso país? Será que vale a pena a gente arriscar algumas coisas?
            A partir daquele momento, as dúvidas vieram nos consumindo. Mas com a competência e desejo de respostas da turma, elas foram se esclarecendo para nós. Riamos o tempo todo com as pesquisas que fazíamos (“A MPB existe desde os tempos das cavernas.”); Os dias de edição da música de abertura eram super engraçados: descobríamos cantores e músicas nunca ouvidas (Francisco Petrônio é um dos exemplos.); Prova “Pra rua me levar”, paramos a rua de fato, com nossas beldades, Nara Leão e Maria Bethânia; Na instituição, a proposta era animar a manhã dos idosos (nossos escolhidos, já que não teria graça atingir quem tem a vida toda pela frente), mas a alegria deles nos contagiou; A gravação do clipe foi a parte mais inusitada: em pleno sábado à tarde, fomos parar na casa de uma pessoa, até então desconhecida... Domingo no jardim da casa de Isabella, logo em seguida nos Olhos D’água... Várias tentativas frustradas de fazer Álisson ser uma criancinha (embora ele insistisse em ser um leão), a dificuldade para conseguir um figurino pra Gerlan, nosso lindo relógio humano, cujo ponteiro era Ilana [...].
         Estamos conseguindo alcançar também, os outros objetivos propostos pela gincana: organização e independência. A gincana nos ajuda muito a ser responsáveis cumprir com nossos compromissos. Com antecedência, providenciamos as coisas que precisaríamos. “Agora, já fazemos parte do mundo da burocracia.”
          E é isso... Assim como sempre dizem para nós “se divirtam!”, desenvolvemos todas as provas, até hoje, procurando nos divertir. Não vale a pena ganhar sem passar pelos micos e momentos hiper divertidos que conseguimos passar. Nosso maior objetivo e valor esse ano é, sem dúvida alguma, a nossa “SINTONIA”.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Jornal O Pasquim


O Pasquim, um jornal revolucionário, que enfrentou a ditadura com inteligência e muito bom humor. O bem humorado jornal nasceu com a morte de um grande nome da imprensa brasileira: Stanislaw Ponte Preta. Com sua morte ficou inviável manter o jornal Carapuça que existia, a distribuidora do jornal convocou Tarso de Castro para solucionar o problema e a conclusão a que se chegou foi lançar uma nova publicação. Uniram-se então os cinco amigos para criar o novo veículo de divulgação: Tarso, Sérgio Cabral, Jaguar, Carlos Prósperi, Claudius e Dona Nelma, a secretária e musa inspiradora.  Para dar continuidade a esse novo veículo lançado era necessário um nome, já imaginando não ser uma coisa séria, Jaguar sugeriu O Pasquim. A sugestão não causou muito entusiasmo, mas depois de tanto pensarem acabou sendo esse mesmo.
A primeira edição já imaginam várias pessoas, contando ainda com textos da atriz Odete Lara, que se encontrava no festival de Cannes, e do cantor e compositor Chico Buarque, direto de Roma. A falta de importância do tablóide já se revelava na legenda de capa: um semanário executado só por jornalistas que se consideram geniais. Segundo Sérgio Augusto, um dos organizadores da antologia, o sucesso era tamanho que se os redatores quisessem, o jornal poderia ser publicado totalmente em latim e venderia do mesmo jeito. Mesmo com perfil jovem e vendagem garantida, em tempos de regime militar o tablóide encontrava problemas para atrair anunciantes.
O espaço pra crítica social sempre esteve presente, cheio de muito humor negro e ironia. Era certo que o regime militar não aceitava quieto todas as críticas. Uma bomba foi colocada dentro da redação do jornal e só não explodiu por defeito. Os censores determinavam vários cortes na edição do semanário antes que fosse liberado para publicação. Mesmo assim, alguns números ainda eram recolhidos das bancas por algum militar insatisfeito. A redação, deu seu jeito de zombar a censura. A primeira censora, chamada Dona Marina, por exemplo, acabou amiga de bebedeira dos jornalistas e foi demitida por deixar passar uma charge de Ziraldo, na qual ao invés do grito de independência de Dom Pedro, estava à legenda-Eu quero é mocotó! Em 1970, Ziraldo, Paulo Francis, Luiz Carlos Maciel, Paulo Garcez e Tarso de Castro foram presos. A pena foi esticada para dois meses e durante o período da prisão uma metafórica gripe tomou conta do jornal. E assim os leitores souberam, de maneira cifrada, do ocorrido.
Um dos pontos altos do Pasquim eram suas entrevistas. Leila Diniz, Madame Satã, Glauber Rocha, Gabriel Garcia Márquez, Oscarito. Personagens interessantes não faltavam na década de 1970. E colaboradores também não. Chico Anysio, Jô Soares, Danuza Leão, Vinícius de Moraes e outros. Em 1999, o cartunista Ziraldo tentou ressuscitar a publicação, mas não obteve sucesso. Logo depois o semanário chegou ao fim definitivamente. O charme do Pasquim consistia no subtexto das piadas bem humoradas, era totalmente fundamentado na luta pressuposta pela liberdade de expressão e pelo descompromisso com o formalismo.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

3º dia...

Panis Et Circenses
(Caetano Veloso / Gilberto Gil - 1968)
Intérprete: Marisa Monte

Eu quis cantar 
Minha canção iluminada de som 
Soltei os panos sobre os mastros no ar 
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar 
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer 
De puro aço luminoso um punhal 
Para matar o meu amor e matei 
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas da sala de jantar 
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar 
Folhas de sonhos no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol 
E as raízes procurar, procurar 
Mas as pessoas da sala de jantar 
Essas pessoas da sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Histórico: Panis et Circenses vem do latim e significa: Política do pão e circo, ou seja, a música denuncia, uma crítica do que o governo fazia com a população: entretenimento e comida. Pra que se preocupar com mais? “Mas as pessoas da sala de jantar / São ocupadas em nascer e morrer” é uma crítica à estas pessoas. Uma sociedade que fechava os olhos e aceitava o pão e circo que o governo usava como “cala-boca” e se preocupavam com os próprios problemas (qualquer semelhança com o hoje é mera coincidência!) e esqueciam de preocupar - se também com seu país. 


Acorda Amor
(Julinho de Adelaide / Leonel Paiva - 1974)
Intérprete: Chico Buarque

Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição 
Era a dura, numa muito escura viatura 
minha nossa santa criatura 
chame, chame, chame, chame o ladrão 
Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão da escada
fazendo confusão, que aflição
São os homens, e eu aqui parado de pijama 
eu não gosto de passar vexame 
chame, chame, chame, chame o ladrão 
Se eu demorar uns meses convém às vezes você sofrer 
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha roupa de domingo e pode me esquecer
Acorda amor
que o bicho é bravo e não sossega
se você corre o bicho pega
se fica não sei não 
Atenção, não demora
dia desses chega sua hora
não discuta à toa, não reclame 
chame, clame, clame, chame o ladrão

Histórico: Após as canções “Cálice” e “Apesar de Você” terem sido censuradas pelo sistema repressivo, Chico Buarque achou que seria mais difícil conseguir aprovar alguma música sua pelos agentes da censura. Escreveu então “Acorda Amor” com o pseudônimo de Julinho de Adelaide para driblar a censura. Como ele esperava, a música passou. Julinho ainda escreveria mais 2 músicas antes de uma reportagem especial do Jornal do Brasil sobre censura, que denunciou o personagem de Chico. Após esta revelação, os censores passaram a exigir que as músicas enviadas para aprovação deveriam ser acompanhadas de documentos dos compositores.
Acorda Amor é um retrato fiel aos fatos ocorridos no período que teve seu ápice entre 1968 (logo após a decretação do AI-05) e 1976 quando, teoricamente, a tortura já não era mais praticada pelos militares. Diversas pessoas sumiram durante este período após terem sido arrancadas de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite, e levadas para DOPS e DOI-CODI´s espalhados pelo Brasil. A falta de confiança era tão grande que as pessoas tinham mais medo dos policiais (que seqüestravam, torturavam, matavam e, muitas vezes sumiam com corpos) do que de ladrões. A ironia do compositor é tão grande que, quando os agentes da repressão chegam a casa chamam-se os ladrões para que sejam socorridos.



domingo, 24 de outubro de 2010

2º dia...

Música: Como Nossos Pais
Autor: Belchior
Interprete: Elis Regina



Não quero lhe falar meu grande amor das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar, eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que 'eu tô por fora, ou então que eu tô inventando'
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo, tudo que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais!



Histórico:
Podemos ver que a vanguarda vai sendo deixada de lado ao ser dito que as experiências de frases feitas de discos não valem de nada; o que conta mesmo são as experiências vividas, isso é o que faz uma pessoa evoluir mentalmente. Citando o estado perigoso em que se encontrava o futuro do mundo, os grandes transformadores das gerações futuras, os jovens. Faz uma referência à censura do AI-5, que fez o sinal estar fechado para os jovens pela falta de liberdade de expressão, fazendo com que a juventude da época caísse no comodismo forçado pelos militares conservadores. Mas como sempre há aquele que enxerga uma luz no fim do túnel, dá ênfase a um futuro positivo esperado pelos indivíduos da época, principalmente os jovens. Aliás, os estudantes sempre estiveram presentes nos anos de ditadura. A UNE foi um braço forte indo de encontro aos ideais ditatoriais da época.

Fala de uma revolução civil que caiu no esquecimento, onde os jovens não eram mais aqueles rebeldes com vontade de ver o mundo de outra maneira como pregava o Rock N’ Roll, nascido nos anos 50. Já que essa revolução foi deixada de lado, a vida voltou a ser como era nas primeiras décadas do século XX, onde a liberdade não era plena.
De fato o novo surpreende. E dito que ninguém busca novos horizontes e pensamentos, e é urgente essa necessidade de busca. Se já é difícil para inovar no começo do século XXI, onde o conformismo é maior e a ostentação também, imagine em tempos de ditadura militar... O novo choca onde quer que apareça, e sempre haverá aqueles que neguem as inovações com medo de reprovações. Aquele idealizador de novos pensamentos se fechou em seu mundo por ser classificado como membro periférico de um mundo onde tudo caminha em uma única direção e qualquer desvio é punido severamente.


Música: Alegria, Alegria
Autor: Caetano Veloso
Intérprete: Caetano Veloso
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro,
Eu vou.
 O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas,
Eu vou.
 Em caras de presidente,
Em grandes beijos de amor,
Em dentes, pernas, bandeiras,
Bomba e Brigitte Bardot.
 O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça.
Quem lê tanta notícia?
 Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos.
Eu vou
Por que não? E por que não?
 Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou.
 Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
Uma canção me consolaEu vou.
 Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone,
No coração do Brasil.
 Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
 Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo amor.
Eu vou
Por que não? E por que não?

Histórico:
 “Alegria, alegria” ajudou a criar o estilo hoje intitulado de MPB e deslocou a expressão artística musical brasileira para o cenário da crítica social, em um ativismo político sem precedentes na história de outro tipo de arte no mundo. Graças a isso, Caetano Veloso teve grande parte de sua obra censurada pelo regime militar. Caetano era classificado para o governo no Brasil como “persona nom gratta”, uma expressão latina que corresponderia a mal-agradecido e, por isso, mal-vindo de volta à pátria.
É relatada a opressão sofrida pelo cidadão comum, nas ruas, nos meios de comunicação, em sua cultura nativa, no seu próprio país. Denuncia o abuso de poder de forma metafórica, a violência praticada pelo regime e a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas. Para dar exemplos dos desníveis sociais existentes no Brasil e as diferenças regionais, o autor se utiliza de um expediente inovador. Através de comparações aparentemente desconexas e fazendo uso de metáforas, faz a denúncia dos contrastes regionais, sociais ou econômicos.

sábado, 23 de outubro de 2010

Músicas censuradas na ditadura militar...

Apesar De Você
(Chico Buarque – 1970)
Intérprete: Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal



Histórico: No mesmo ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial, as torturas e desaparecimentos de pessoas contrárias ao regime do general Médici eram constantes. Chico Buarque fez a letra dirigida exatamente à Médici, e enviou aos censores certo de que não passaria. Passou e foi gravada. O compacto atingia a marca de 100 mil quando um jornal insinuou que a música era uma homenagem ao presidente. A gravadora foi invadida e todas as cópias destruídas. Chico foi chamado a um interrogatório para prestar informações e esclarecer que era o “você” mencionado na música. “É uma mulher muito mandona, muito autoritária”, respondeu. A canção só seria regravada em 1978 num álbum que leva o nome do autor da música.


O Bêbado e A Equilibrista
(João Bosco / Aldir Blanc – 1979)

Intérprete: Elis Regina



Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel,
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.
Meu Brasil.
Que sonha com a volta do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Asas, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar...


Histórico: Composta em 1979, tornou-se um símbolo da luta pela anistia. Pela volta dos exilados e pela abertura política do regime militar. Carlitos, personagem mais famoso de Charles Chaplin, representa a população oprimida, mas que ainda consegue manter o bom humor denunciava as injustiças sociais de forma inteligente e engraçada. A Equilibrista dançando na corda bamba, de sombrinha, é a esperança de todo um povo.

Henrique de Sousa Filho, conhecido como Henfil, foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro. Seu irmão, Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro; concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Miséria e Pela Vida. Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura, sem nunca esquecer as causas sociais. Mas, com o aumento da repressão, foi obrigado a se exilar no Chile em 1971.

Maria era mãe de Betinho (irmão de Henfil) e Clarice mulher do jornalista assassinado na ditadura Vladimir Herzog. Mas Marias e Clarisses, no plural, fazem referência às mães, talvez irmãs ou mulheres de pessoas que se foram, ou mesmo deixaram o nosso país, lutando por um ideal, um sonho, de ver o Brasil livre para a informação e para a expressão das artes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O protesto da música brasileira







O grande diferencial da MPB para os outros ritmos musicais é o fato de que o nossa música popular brasileira nunca fechou os olhos para os problemas que o país e o mundo enfrentavam, muito pelo contrário,os seus intérpretes foram/são conscientes e antenados para tudo o que acontece em volta e é claro que isso pode ser percebido nas grandes situações de crise política.E a maior crise política da nossa nação,foi,sem dúvida,a Ditadura Militar pela qual o Brasil passou entre os anos de 1964-1985.
Foram 21 anos de forte repressão e censura, ou seja, as pessoas não podiam expressar publicamente sua opinião contrária ao regime, mas como já dissemos: não faz, nem um pouco, o tipo da MPB obedecer regras injustas.E eles falavam,cantavam as suas idéias, compunham músicas cheias de conteúdo e de letras impecáveis como “Apesar de você” (Chico Buarque),”Cartomante” (Ivan Lins) ou  “O bêbado e o equilibrista” (João Bosco e Aldir Blanc).Essas continham o protesto sem nenhum disfarce,porém existiam também as músicas mascaradas,aquelas que diziam algo até inocente e ,na verdade,significavam forte protesto.Um  dos melhores exemplos é “Cálice” ( Chico Buarque).
Os nossos grandes compositores pagavam caro pela ousadia de falar, de ir de encontro com o governo imposto pelos militares que estavam no poder. Muitos sentiram na pele o logotipo criado e propagado no período: ”Brasil, ame-o ou deixe-o” e foram exilados por causa de suas “músicas-protesto”, estamos falando de Caetano Veloso, Chico Buarque e outros. Graças a genialidade de criticar a ditadura nas entrelinhas das músicas, muitos sucessos foram liberados pela censura que não percebia, nesses casos, o caráter de protesto das composições.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

7º dia...


Tom Zé, nome artístico de Antônio José Santana Martins (Irará, 11 de outubro de 1936) é um compositor, cantor e arranjador brasileiro.
É considerado uma das figuras mais originais da música popular brasileira, tendo participado ativamente do movimento musical conhecido como Tropicália nos anos 1960 e se tornado uma voz alternativa influente no cenário musical do Brasil. A partir da década de 1990 também passou a gozar de notoriedade internacional, especialmente devido à intervenção do músico britânico David Byrne.
Adolescente, passa a se interessar por música e estuda violão. Tem alguma experiência tocando em programas de calouros de televisão nos anos 1960.
Na mesma época, se alia a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia no espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o mesmo grupo, vai a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de Augusto Boal, e grava o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968.
Em 1968, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor".
Passou a década de 1970 e 1980 avançando ainda mais seu pop experimental em álbuns relativamente herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, é "descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), em uma visita ao Rio de Janeiro, que lança sua obra nos Estados Unidos, para grande sucesso de crítica. Lentamente sua carreira vai se recuperando e Tom Zé passa a atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998 (eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo The New York Times). Tom Zé compôs, na década de 1990, música para balés do Grupo Corpo.


Oswaldo Viveiros Montenegro (Rio de Janeiro, 15 de março de 1956) é um músico brasileiro. A decisão de se tornar um músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contato com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez seus primeiros shows e aos 17 anos a decisão de viver da música se tornou definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já havia adotado Brasília como a terra de seu coração e tema constante de sua obra. Também seus parceiros preferidos foram amigos que fez ali, como José Alexandre, Mongol e Madalena Salles, entre outros.
Em 1980, participa em, e vence, o Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão com a canção Agonia, do amigo de infância Mongol. Mesmo com tanto sucesso, decide retornar a Brasília para montar em 1982, outro espetáculo musical, Veja Você, Brasília, com artistas locais. Deste espetáculo participam as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois desta, viriam outras peças de teatro musical, uma particularidade bem marcante na trajetória de um músico brasileiro e que resgata uma maneira de divulgar música abandonada na primeira metade do século 20. São mais de 14 peças musicais, todas recorde de público e algumas, como Noturno", "A Dança dos Signos" e "Aldeia dos Ventos, estão em cartaz há mais de 15 anos e com montagens por todo o país.


Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo (João Pessoa, 12 de setembro de 1935) é um advogado e um cantor e compositor brasileiro. Conheceu Carlos Lyra, que se tornou seu parceiro em músicas como "Quem Quiser Encontrar o Amor" e "Aruanda", gravadas por Lyra. Gravou seu primeiro LP, "Geraldo Vandré", em 1964, com as músicas "Fica Mal com Deus" e "Menino das Laranjas", entre outras.
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada, interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.[1]
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com Pra não dizer que não falei das flores ou Caminhando. A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante os governo militar, e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. No festival a música ficou em segundo lugar.



Desde seu nascimento, em 03 de outubro de 1965, Adriana Calcanhotto ouve música de qualidade. Seu pai era baterista de uma banda de jazz e bossa nova, e sua mãe, bailarina. Iniciou seus estudos de música em 1977, teve como influência de seu professor os músicos Tom Jobim e João Donato. Além da música, Adriana é uma assídua leitora de publicações sobre Modernismo no Brasil e em algumas fases da sua vida chegou a largar a música para atuar como ‘performer’ em peças teatrais e se dedicar à composição. Foi em Porto Alegre, no ano de 1984, que Adriana Calcanhotto iniciou sua carreira profissional de cantora, tocando e cantando em casas noturnas e bares da cidade. Seu show de estréia teve o nome de “Crepom”, com direção de Luciano Alabarse. Sempre eclética, a cantora estreou em 1987 o show “Nunca Fui Santa”, com composições próprias e músicas de carnaval. Participou, em Porto Alegre e em São Paulo, de espetáculos em homenagem à Elis Regina e em 1988 estreou o show “Batom”, que na época teve recorde de público. Depois do sucesso, a cantora assinou com a CBS e gravou o seu primeiro disco, chamado “Enguiço”, que renderia o prêmio de “Revelação Feminina”, no 4º Prêmio Sharp de Música, além de controvérsias entre os críticos da época, que dividiram suas opiniões sobre seu verdadeiro talento. Em 1992, Adriana Calcanhotto lançou o 2º disco, intitulado “Senhas”. A música “Mentiras” entrou na trilha sonora da novela “Renascer”, da TV Globo, e estourou em todas as rádios do país. Esse CD abriu as portas para que Adriana fizesse shows em grandes casas de espetáculos, como o Canecão, no Rio de Janeiro, e rendeu ainda o primeiro disco de ouro da intérprete.



Cantor, compositor e produtor pernambucano, Lenine, cujo nome de registro é Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, nasceu em Recife no dia 2 de fevereiro de 1959. Sua primeira influência musical foi o rock, bem diferente da MPB misturada com o regionalismo que formam a essência de seu som atualmente.
No ano de 1978, Lenine mudou-se para o Rio de Janeiro e inscreveu a música de própria autoria “Prova de Fogo” no Festival MPB Shell de 1981. Em 1983, lançou seu primeiro LP chamado “Baque Solto”. Quase uma década depois Lenine lança o segundo disco, em parceria com o percussionista Marcos Suzano, chamado “Olho de Peixe”. O primeiro disco solo, lançado em 1997, chamou-se “O Dia Em Que Faremos Contato” e ganhou dois prêmios Sharp, um na categoria Revelação e outro como “Melhor Canção” pela música “A Ponte”. Este disco foi considerado um marco na MPB, pela mistura de ritmos inovadora que Lenine realizava. No ano de 1999 aconteceu um show em Paris, na Cité de La Musique, abrindo as portas para ele na Europa, e em seguida o lançamento do álbum “Na Pressão”, que recebeu o prêmio APCA como Melhor Álbum de Música Popular. Em 2000 e 2001, dirigiu o núcleo musical do filme “Caramuru – A Invenção do Brasil” e do espetáculo “Cambaio”. No outro ano, voltando ao seu posto de compositor e cantor, gravou o disco “Falange Canibal”, recebendo mais um prêmio, desta vez do Grammy Latino e pela categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo.Lenine lançou um CD e DVD ao vivo, em 2004, gravado em Paris, faturando prêmios no Grammy Latino e no Prêmio Tim de Música. No próximo ano, atacou de produtor com os CDs “Segundo”, de Maria Rita, e “De Uns Tempos Pra Cá”, de Chico César, um de seus grandes parceiros na música. Em 2006, o “Acústico MTV – Lenine” chega às lojas e conquista um Grammy Latino novamente na categoria Melhor CD Pop Contemporâneo. Nos próximos anos produziu mais alguns álbuns de outros artistas, voltando a lançar um disco de inéditas apenas em 2008, que levou o título “Labiata”.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

6º dia...

Zélia Duncan começou a carreira em Brasília, com Oswaldo Montenegro na Oficina dos Menestréis, como Zélia Cristina. Em 2007, além da carreira solo, substitui Rita Lee nos vocais femininos de Os Mutantes, saindo do grupo no mesmo ano. Em 2008 dedica-se ao lançamento e apresentações em turnês pelo país do espetáculo Amigo É Casa ao lado de um dos ídolos da juventude, a cantora Simone.
Também se dedica ao selo Duncan Discos, estuda choro e cursa a faculdade de Letras na Universidade Cândido Mendes.
Pratica corrida regularmente, tendo, em 2010 participado de sua primeira meia maratona em Nova York.
"Correr foi se tornando uma terapia, um alívio, uma meditação... bem, dia 17/3, desembarquei em NYC, para minha primeira meia-maratona (21 km)."

Dinair Tostes Caymmi é o nome de batismo dessa que é uma das melhores cantoras brasileiras. Nana Caymmi nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de abril de 1949.
Sua voz de contralto é herança de seu pai, Dorival Caymmi, mas a sua forma de interpretar é completamente única. Tem particularidades na sua maneira de cantar. Consegue manter notas e controlar volumes de som através uma técnica de respiração que distingue da maioria das cantoras existentes. Mas isso não a transforma em uma cantora técnica. Muito pelo contrário. Nana Caymmi é basicamente emoção. Seu canto é suave, é lânguido, é sentimental. Marca profundamente quem a ouve, seja pela beleza da voz, seja pela profundidade das músicas que canta, seja pela emoção que passa.
Por nunca ter se preocupado em acompanhar os modismos musicais, nunca chegou a estar no topo da lista dos mais vendidos, mas fez uma carreira sólida e coerente. Apostou na beleza, na emoção e no bom gosto. Sempre cantou o melhor, o mais bonito, e por isso, o mais eterno. Já interpretou composições de Tom Jobim, Toninho Horta, Vinícius, do pai, Dorival, do irmão, Dori, e de tantos outros compositores de respeito. E com esse cuidado, com este esmero, conquistou um lugar de destaque dentro da musica brasileira.

Para quem gosta de uma boa música, Nana é um presente. Com a vantagem de não ter prazo de validade... Porque Nana não é efêmera, é eterna... E isso é sucesso.


Maria Rita Costa Camargo Mariano (São Paulo, 9 de setembro de 1977) é uma cantora e produtora musical brasileira, filha da falecida cantora Elis Regina e do arranjador e pianista César Camargo Mariano.
Maria Rita iniciou sua carreira com cerca de 24 anos, apesar de querer cantar desde os quatorze. O peso da carreira da mãe, bastante famosa no Brasil, influenciou o adiamento de sua obra. Segundo a própria: sempre tive a consciência de ser a única filha mulher de uma grande cantora.
Antes de se tornar cantora profissional, ela fez um estágio em uma revista para adolescentes, tendo estudado marketing e estudos latino-americanos na Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Apesar do sucesso recente, consagrou-se como novo ícone da MPB.
Ganhadora de 6 prêmios Grammy Latino incluindo Grammy Latino de Melhor Artista Revelação - sendo a única cantora brasileira que ganhou nesta categoria, também já ganhou vários Prêmio Multishow de Música Brasileira, entre outros prêmios nacionais. 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

5º dia...


Zeca Baleiro, nome artístico de José Ribamar Coelho Santos, (Arari, Maranhão, 11 de abril de 1966) é um cantor, compositor e músico brasileiro de MPB. Zeca começou sua carreira compondo melodias e músicas para peças infantis de teatro, onde se destacou pela qualidade de suas letras. Foi morar em São Paulo, onde dividia um apartamento com seu parceiro musical Chico César. Apesar de sua carreira musical já existir 12 anos antes de gravar seu primeiro disco em 1997, seu salto para a fama foi em sua participação no Acústico MTV de Gal Costa com a canção "A Flor da Pele", no qual alcançou projeção nacional. Nos anos seguintes gravou mais cinco discos com participação de outros cantores do Brasil.
      Zeca Baleiro teve muitas de suas canções incluídas em trilhas sonoras de telenovelas da Rede Globo, algumas delas são:

§  Bandeira - novela Por Amor
§  A flor da pele - novela Serras Azuis
§  Heavy Metal do Senhor - novela Era uma Vez...
§  Quase Nada - novela Estrela-guia 


Mayra Corrêa Aygadoux mais conhecida como Maria Gadú , paulistana foi introduzida à prática musical ainda na infância. Aos 7 anos de idade, já gravava músicas em fitas cassetes. Fez poucos meses de aulas de violão, longe do suficiente para ler partituras, mas o possível para compor através da prática. Fez desde os 13 anos shows em bares e festas de família em sua cidade de São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 2008, quando começou a tocar em bares da Barra da Tijuca e da Zona Sul. Sua carreira passou a ter ascensão ao despertar atenção de famosos ligados ao meio musical, como Caetano Veloso, Milton Nascimento, João Donato, dentre outros. Maria Gadú ganhou destaque ao interpretar "Ne me quitte pas", de Jacques Brel, para o diretor Jayme Monjardim, que estava em fase de pré-produção da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração.
 
     No início de 2009, aos 22 anos de idade, Maria Gadú preparava seu primeiro álbum, homônimo, lançado pelo selo SLAP, da gravadoraSom Livre, e produzido por Rodrigo Vidal. Além disso, iniciou uma temporada de shows no Cinemathèque, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Após o lançamento do álbum em meados de 2009, a cantora, rapidamente, foi ganhando espaço na mídia brasileira.


Gilberto Passos Gil Moreira nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música "Iemanjá", no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Acadêmico João Mendes Jr. da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria se tornar produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto       Gil e também de Maria Bethânia que participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofônico, que a tornou nacionalmente conhecida.
      Com Domingo no Parque, ao lado de Os Mutantes, causou sensação no Festival de Música da Record em 1967.

“…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…”