Ritmo tipicamente carioca, a Bossa Nova surgiu no final da década de 50. A palavra ‘bossa’ era uma gíria do Rio de Janeiro (por volta de 1940) que significava ‘jeito’, ‘maneira’. Quem, fizesse algo novo, dizia-se que ele tinha ‘bossa’. A expressão Bossa Nova surgiu para se opor a tudo que, para a juventude da época, era considerado velho.
Um embrião do movimento, já na década de 1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros de um grupo de músicos da classe média carioca em apartamentos da zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros, cada vez mais freqüentes, a partir de 1957, um grupo se reunia para fazer e ouvir música. Dentre os participantes estavam novos compositores da música brasileira, como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sérgio Ricardo (os rapazes bronzeados de Copacabana), entre outros. O grupo foi aumentando, abraçando também Chico Feitosa, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli, entre outros.
Primeiro movimento musical brasileiro egresso das faculdades, já que os primeiros concertos foram realizados em âmbito universitário, pouco a pouco aquilo que se tornaria a bossa nova foi ocupando bares do circuito de Copacabana, no chamado Beco das Garrafas.
O primeiro grande marco inicial da Bossa Nova aconteceu em primeiro de março de 1958,quando João Gilberto cantou, com a batida de violão diferente, 'Chega de Saudade', posteriormente gravada por Eliseth Cardoso, no disco 'Canção do amor demais'. Em 1956 ninguém falava em Bossa Nova, mas no apartamento onde morava Nara Leão, onde se compunham músicas, só Ouviam e trocavam idéias.
Só no ano seguinte (1957), João Gilberto chegou ao Rio e foi a casa de Roberto Menescal (numa galeria de mesmo nome), em Copacabana. A cada encontro, uma parceria nova. Um violão bem examinado e afinado era o bastante para boas composições. O estranho "Hô–ba-la-la", foi um dos primeiros passos para grandes e belas letras.
No final de 1957, numa destas apresentações, no Colégio Israelita-Brasileiro, teria havido a idéia de chamar o novo gênero - então apenas denominado de samba sessions, numa alusão à fusão entre samba e jazz - , através de um recado escrito num quadro-negro, provavelmente escrito por uma secretária do colégio, chamando as pessoas para uma apresentação de samba-sessions por uma turma "bossa-nova".
As letras marcaram e marcam toda uma geração e até os dias de hoje, há quem se identifique com as descrições de “Copacabana, a princesinha do mar”, com as “garotas de Ipanema” (os garotos e garotas bronzeados), com “o barquinho a deslizar no macio azul do mar”, com “as águas de março fechando o verão”, com o cantar “desafinado”, com a “insensatez” das pessoas, com o “Corcovado”, com a “tarde em Itapuã”, com a “Tereza da praia”, com o romantismo, com a “tristeza e melancolia das mais belas composições da bossa nova.
“Bossa Nova é batida diferente do violão, poesia diferente das letras, cantores diferentes dos mestres. A Bossa Nova não seria melhor nem pior. Seria completamente diferente de tudo, mais intimista, mais refinada, mais alegre, otimista. Diferente. Não começou especificamente num lugar, numa rua, num evento, num Festival. A rigor, ela não é nem um gênero musical. É o tratamento que se dá a uma música, em termos de 'batida' e de ritmo.”
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